Histórico do Município

  • Publicado em: 10/11/2021 às 00:00   |   Imprimir

Histórico do município de Ronda Alta

 

A história de Ronda Alta não inicia com sua emancipação político-administrativa, mas pela ocupação destas terras por caboclos que sobreviviam com a coleta dos ervais nativos que por aqui existiam, entre os rios Passo Fundo e rio da Várzea. Depois esses desbravadores foram expulsos pela ocupação de paulistas pela legitimação de posses de terras, pela Lei de Terras de 1850, na Chamada Fazenda Sarandi, que mais tarde será palco de conflitos pela terra, já que se constituía num latifúndio. Terras que os paulistas vendem aos uruguaios, terras ocupadas por indígenas com a criação das reservas indígenas, terras pisadas pelos birivas (tropeiros que por aqui passavam levando tropas de mulas e bois que seriam vendidas em outras províncias, especialmente em Sorocaba-SP. Terras ocupadas por pequenos proprietários através da colonização pública e privada; terras de cuja passagem de um telégrafo abriu caminho para que pessoas de outras regiões viessem fixar moradia e dar origem a um povoado que inicialmente chamou-se Rondinha do Campo e que, pela proximidade e as confusões com as correspondências de Águas da Rondinha, passou a se chamar Ronda Alta.

 

A origem territorial do município

 

O municipalismo no Rio Grande do Sul teve início em 27 de abril de 1809, quando as quatro povoações: Porto Alegre, Rio Grande, Santo Antônio da Patrulha e Rio Pardo, foram estabelecidas como vilas da Capitania de São Pedro.

Retrocedendo na história político-administrativa de Ronda Alta, notamos que, inicialmente, pertencemos aos seguintes municípios:

Rio Pardo, criado em 27 de abril de 1809.                  Contendo 2.050,59 Km²

Cruz Alta, criado em 11 de março de 1833.                Contendo 1.360,37 Km²

Passo Fundo, criado em 28 de janeiro de 1857.          Contendo 738,42 Km²

Sarandi, criado em 27 de junho de 1939.                   Contendo 353,38 Km²

Ronda Alta, criado em 26 de dezembro de 1963.        Contendo 419,34 Km²

 

Após se desmembraram do município de Ronda Alta:

 

Três Palmeiras, criado em 12 de maio de 1988.       Contendo 180,60 Km²

Engenho Velho, criado em 20 de março de 1992.    Contendo 71,19 Km²

Pontão, criado em 20 de março de 1992.                Contendo 505,71 Km²

 

Ronda Alta desmembrou-se de Sarandi, porém, antes disso, sua área pertenceu ao município de Rio Pardo, a partir de 1831; ao município de Cruz Alta, em 1834; ao município de Passo Fundo, a partir de 1857 e ao município de Sarandi, de 1939 até o momento da emancipação, no final de 1963. Em 1988, Ronda Alta perde território com a emancipação de Três Palmeiras, e em 1982 para Engenho Velho e Pontão.

 

Comissão de Emancipação

 

Para dar início e andamento ao processo de emancipação muitas pessoas se envolveram formando a Comissão de Emancipação composta pelas seguintes pessoas:

Presidente de Honra: Pe. Guilherme Steffens, Vereador Mosse Mísio e senhor Miguel Beux.

Presidente: Herculino Baldissarella.

1º Vice-presidente: Normando Baldissarelli.

2º Vice-presidente: Dr. Ari Tasca.

3º Vice-presidente: Albano Jacobsen.

Secretário Geral: Alfredo Gavioli.

1º Secretário: Ernesto João Cé.

2ª Secretário: Nicleto Gusatti.

Tesoureiro Geral: Fioravante Bortolamedi.

1º Tesoureiro: Nilton Miguel Didomênico.

2º Tesoureiro: Wilson Moacir Pandolfi.

Consultor jurídico: Dr. João Olímpio de Souza.

        

Nestes 55 anos quatorze gestões governaram o município:

- De 1963 a 1969: Normando Baldissarelli e vice-prefeito Miguel Beux.

VEREADORES: Adilar Kerber, Dr. Ari Tasca, José Novello, Hugo Leonardi, Oli Damschi, Oclides Barbiero e Romeu Alcidio Kerber.

- De 1969 a 1973: Waldomiro Beux e vice-prefeito Jairo Antônio Casalli.

VEREADORES: Alfredo Gavioli, Deonilo Gusatti, João Manoel Ribeiro, José Gentil Paris, Martinho Dall’Oglio, Olivio Três, Vitório Ferdinando Grando e Abrelino Luiz Mattei.

- De 1973 a 1977: João Manoel Ribeiro e vice-prefeito Hilário Gusatti.

VEREADORES: Antoninho Serafini, Jandir Toccolini, José Gentil Paris, Osvaldo Ferronatto, Waldemar André Brugnera, Wilson Balbinot e Wilson Moacir Pandolfi.

- De 1977 a 1983: Dervile Luiz Fachini e vice-prefeito Abrelino Luiz Mattei.

VEREADORES: Antônio Carlos Schenkel, Hugo Leonardi, Celso Martinelli, Irineu Bortolás, Osvaldo Ferronatto, Valdir Antônio Grando, José Fontana, Normando Baldissarelli e Waldemar André Brugnera.

- De 1983 a 1988: João Manoel Ribeiro e vice-prefeito Osvaldo Ferronatto.

VEREADORES: Antônio Carlos Schenkel, Carlos Ney Agostini, Darci Antônio Salvatori, Domingos Ferronatto, Hilário Bavaresco, Moacir Balbinot, Garcia Schmidt Barletto, Guido Fabiani e Reinaldo Bitencourt dos Santos.

- De 1989 a 1992: Prefeito Saul Barbosa e vice-prefeito Abrelino Luiz Mattei.

VEREADORES: Antoninho Serafini, Fernando Leonardi, Hilário Pasqualotto, Leonir Bonavigo, Luiz Antônio Liberatti, Luiz Carlos Vargas, Maria Salete Campigotto, Rubens Graciolli e Severino Balbinot.

- De 1993 a 1996: Prefeito Abrelino Luiz Mattei e vice-prefeito Leonir Bonavigo.

VEREADORES: Adelar Novello, Alfredo Nelson Jacobs, Antão Lindomar Pavoski, Edenir Sérgio Tabaldi, Ivo Antônio Georgin, João Manoel Ribeiro, Jorge Buffon, Luiz Antônio Liberatti e Volnei Anziliero.

- De 1997 a 2000: Prefeito Osmar Luiz Raimondi e vice-prefeito Dervile Luis Fachini.

VEREADORES: Antão Lindomar Pavoski, Bruno Gusatti, Olinir Antonio Pagotto, Dirceu Scariot, Enio Luiz Fritzen, Germano José Fachini, João Manoel Ribeiro, Leonira Ana Bosa e Moacir Germano Rossetto,

- De 2001 a 2004: Prefeito Osmar Luiz Raimondi e vice-prefeito Luiz Antônio Liberatti.

VEREADORES: Adelar Novello, Antão Lindomar Pavoski, Bruno Gusatti, Everson Pandolfi, Luiz Carlos Vargas, Odete Civardi, Olinir Antônio Pagotto, Sandro Gadini e Teresinha Salete Deitos.

- De 2005 a 2008: Prefeito Luiz Antônio Liberatti e vice-prefeito José Fontana.

VEREADORES: Antão Lindomar Pavoski, Dirceu Scariot, Gabriel Vargas, Ivo Ferreira Dickel, Loris Antônio Perego, Moacir Orbak, Saul Barbosa, Sidnei Nayssinho e Teresinha Salete Deitos.

- De 2009 a 2012: Prefeito José Fontana e vice-prefeito Antão Lindomar Pavoski.

VEREADORES: Ana Paula Fachini, Eliomar José Rigo, Eny Fiorentin, Juliano Ribeiro, Loris Antônio Perego, Moacir Orbak, Maria Loreci Caus, Pe. Jorge Zanini e Sidnei Nayssinho.

- De 2013 a 2016, prefeito Miguel Ângelo Gasparetto, vice-prefeito Odemar Paulo Raimondi.

 VEREADORES: Cacique Antônio Mig Claudino, Carlos Roberto Gavioli, Eliomar José Rigo, Eny Fiorentin, Loris Antônio Perego, Luiz Antônio Gadini, Moacir Orbak, Sidnei Nayssinho e Vitor Roque Cavazini.

- De 2017 a 2020, prefeito Miguel Ângelo Gasparetto, vice-prefeito Odemar Paulo Raimondi.

VEREADORES: Vitor Roque Cavazini, Luiz Antônio Gadini, Maria Loreci Caus, Silvano Roque Lucca, José Fontana, Antão Lindomar Pavoski, Carlos Roberto Gavioli, Moacir Orbak, Sidnei Nayssinho.

- De 2021 a 2024, prefeito Marcos Miguel Beux e vice-prefeito Jackson Luis Bertocchi.

VEREADORES: Edivan Lunardi, Juliano Rubens Perego, Kleber Civardi, Lizane Graciolli Pandolfi, Lucimar Zanchet, Mauro Tonin, Sidnei Nayssinho, Silvanio Roque Lucca e Vitor Cavazini.

 

Construção do Território:

Ronda Alta, área entre as bacias hidrográficas dos rios da Várzea e rio Passo Fundo, local de passagem de birivas que iam para as terras das missioneiras pelo Caminho das Missões em busca de gado. Local de passagem dos tropeiros que lidavam com a comercialização de gado bovino e muar do Sul do Brasil ou da Argentina, com Sorocaba – São Paulo. Denominada Ronda Alta, pois foi local de descanso e alimentação do gado tocado por tropeiros que aqui passavam. Faziam a ronda do gado à noite. Inicialmente chamada de Rondinha do Campo, teve seu nome alterado para Ronda Alta.

Localizada no Norte do estado, Ronda Alta foi palco de lutas pela terra, tanto em áreas de latifúndio quanto em território indígena. Inicialmente, ainda no século XIX, essas terras foram demarcadas por paulistas em terras intituladas de Colônia Sarandi, ou mais tarde conhecida como Fazenda Sarandi, expulsando lavradores pobres coletores de erva-mate, que desconhecendo a Lei de Terras de 1850 não registraram a terra como propriedade, tendo que se abrigar do outro lado do rio da Várzea, região de Palmeira das Missões.

No início do século XX, o paulista Nicolau de Araújo Vergueiro vende parte da Colônia Sarandi aos uruguaios Lapido, Maillhos e Mouriño, que mais tarde vendem parte dessas terras ao carazinhense Ernesto João Annoni, constituindo a Fazenda Annoni, palco de luta pela terra também, no final dos anos 80. Em parte da Fazenda Sarandi correu processo de Reforma Agrária já no início dos anos sessenta do século XX. Em outra parte dessas terras teremos a ocupação da Fazenda Macalli e Fazenda Brilhante (de propriedade de carazinhenses), por colonos sem-terra após serem expulsos da Reserva Indígena de Nonoai.

A outra parte do município possui terras com relevo acidentado e regiões de pedra desenvolvendo-se ali a pequena propriedade. Inicia-se a colonização pública e privada nestas terras do município de Ronda Alta e adjacências por volta dos anos 40 e 50 do século XX. Dessa forma Ronda Alta começa a ser ocupada por italianos provindos das colônias velhas. Do outro lado, região do Passo da Entrada, à época conhecida por Dona Clara, foi colonizada por alemães.

A Fazenda Sarandi é desapropriada no início da década de 60, após pressões de colonos que acampam no Rincão Cascavel ainda no Governo de Leonel Brizola, para que as terras pertencentes aos uruguaios fossem desapropriadas. A Fazenda Sarandi compreendia uma área de 22 mil hectares. O acampamento reuniu 500 agricultores provenientes de áreas de municípios próximo tais como: Carazinho, Nonoai, Sarandi e Passo Fundo. O assentamento desses agricultores deu-se no início do Regime Militar, feito pelo governo militar, permanecendo as maiores glebas para empresas de outros municípios que já arrendavam as terras dos uruguaios como a Madeireira Carazinhense Ltda. (MACALI) e Ari Dalmolin com a Gleba Brilhante.

As 500 famílias assentadas deram origem às diversas comunidades existentes hoje: Subida Grande, Santo Antônio, Dona Carolina, Santa Catarina, Pinheirinhos, Cascavel, Capão Alto e Rancho Alegre. Por muitos anos muitas famílias dessas comunidades se reuniam e faziam o trabalho coletivo de organização da sua subsistência, do seu lazer, da educação e da religião.

No início dos anos de 1990, em função da nova legislação federal de 1988, Ronda Alta será palco de conflitos em terras indígenas quando os índios retomam as terras da extinta Reserva Indígena da Serrinha. Os colonos que ali viviam tiveram que ser retirados e colocados em outras terras do município ou municípios vizinhos. À época, deu-se prioridade aos indígenas, mas os agricultores foram tratados com descaso, já que as indenizações eram lentas, deixando muita gente sem um lugar para morar. Alguns proprietários resolveram ingressar na Justiça pelo baixo valor oferecido pelas indenizações e até hoje continuam resistindo.

O território brasileiro já era habitado por povos indígenas muito antes da chegada dos colonizadores europeus. Muitos eram os povos. Mais de cinco milhões habitavam essas Terras, com suas características específicas, ou seja, língua, costume, religiosidade, na questão linguística eram mais de 300 (trezentas) línguas faladas.

Com o passar do tempo, os confrontos foram constantes entre povos indígenas e colonizadores resultando no extermínio de inúmeros Povos Indígenas e com isso a língua falada.

Levando em consideração todos os fatos ocorridos anteriores a 1910, ano em que o Governo Federal criou o SPI (Serviço de Proteção ao Índio) que tinha como principal objetivo o INTEGRACIONISMO, no Rio Grande do Sul o SPI aliou-se ao Governo do Estado, formando estratégias para demarcações de Terras Indígenas (aldeamentos). Dentre as terras demarcadas, Serrinha foi uma delas em 1856 e foi desmembrada de Nonoai, entre 1911 e 1912.  Essa aliança resultou na expulsão dos indígenas da Serrinha, a partir de 1945, terra essa que foi utilizada para Reforma Agrária pelo Governo Leonel Brizola, nos anos de 1958 a 1962.

No ano de 1967, foi criada a FUNAI (Fundação Nacional de Assistência ao Índio) para substituir o SPI (Serviço de Proteção ao Índio) que conservou os mesmos objetivos, porém agora com a participação de alguns indígenas no quadro de funcionários da FUNAI, para facilitar o acesso da mesma nas comunidades.

Paralelo ao que a sociedade não indígena aplicava através das Leis, os indígenas por sua vez se organizavam em defesa de seus direitos, pensando nas gerações futuras.

Direitos esses que estão garantidos: na Constituição de 1988; convenção 169; carta Magna; decreto do Presidente Fernando Collor de Mello.

Baseando-se nestes direitos legais é que se deu início a organização para a Retomada da Serrinha; em meados de 1990, iniciou-se as discussões, com a possibilidade da formação de um grupo que tomasse frente para reconquistar novamente a terra que lhes era de direito. Foi então que em 1996, esse grupo composto por 32 famílias acamparam às margens da RS 324, próximo ao Alto Recreio, liderados por uma Comissão composta por Amantino Portela, Amandio Vergueiro, Dorvalino Fortes, Antônio Mig Claudino, Gabriel Nascimento e Jorge Vanderlei de Oliveira.

Após Levantamento Fundiário realizado, em 1998 foram indenizadas as primeiras famílias de colonos. As comissões de indígenas e colonos uniram-se e juntos lutaram por seus direitos. Muitas famílias de colonos, até hoje, esperam regularização e indenizações das terras ou decisão judicial.

Atualmente vive na Serrinha o 2º e o 3º maior Povo Indígena do Brasil, os Guaranis e os Kaingang sendo que na Serrinha predomina o Povo Kaingang. Dentro da Terra Indígena da Serrinha existem 06 escolas indígenas, duas delas localizadas em território de Ronda Alta.

Em 2002, a Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Fág Kavá, localizada no Alto Recreio e a Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Luiz Kónhko, localizada na Linha Pedras Brancas, foram regularizadas como escolas indígenas específicas e diferenciadas, voltada à cultura indígena.

Hoje o Toldo da Serrinha, localizado ao Norte do Rio Grande do Sul, abrange terras dos municípios de Ronda Alta, Três Palmeiras, Constantina e Engenho Velho, com 11.950 há.

 

Assentamentos

Colonos sem-terra após serem expulsos da Reserva indígena de Nonoai ocuparam terras arrendadas pela Madeireira Carazinhense Ltda. (MACALI) em 1978 e terras de Ari Dalmolin Fazenda Brilhante em 1979. Glebas desapropriadas pelo governo do estado, consideradas terras improdutivas. Os colonos expulsos da Área Indígena vieram em caminhões com famílias inteiras à noite, diziam-se “animados pela fé e esperança, seguiam na luta”.

Após pressões do acampamento, as fazendas tornam-se Assentamentos de Reforma Agrária, no início dos anos de 1980.

Tivemos os Assentamentos:

Macali I: - foram assentadas 57 famílias numa área de 1.066 hectares.

Macali II: - foram assentadas 38 famílias numa área de 727 hectares.

Linha Brilhante: - foram assentadas 94 famílias numa área de 1.587 hectares.

Em função da modernização da agricultura, com a entrada da máquina, dos fertilizantes e agrotóxicos no campo, provocando êxodo rural, um grande contingente de agricultores ou filhos destes, tornam-se agricultores sem-terra. Somados aos colonos que não foram assentados nas fazendas Macalli e Brilhante, monta-se um acampamento na Encruzilhada Natalino, em 1981. Entre janeiro e julho de 1981 foi erguida na beira da estrada, quase uma vila, 600 famílias habitando precariamente em barracos com armação de bambu cobertos de lona preta.  Essas famílias provinham de vários municípios de nossa região. Vieram também 100 homens da Brigada Militar para dar “segurança à área”. Em 31 de julho o acampamento foi tomado pela força da Ditadura Militar, pelo Coronel Curió, Polícia Federal, Brigada Militar e Policiais da Polícia Secreta. Ali teve início uma longa e penosa caminhada até o desfecho final. Esse local ficou conhecido pelo Brasil e pelo mundo todo como um marco da retomada da luta pela terra e pelo nascimento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Esse Acampamento provocou a ira dos militares na presença do Coronel Curió, mas também reações solidárias pelo apoio que o movimento recebeu de sindicatos e da própria igreja através da Comissão da Pastoral da Terra na pessoa do Padre Arnildo Fritzen, já que o Brasil ainda vivia o regime de Ditadura Militar.

Desta luta pela terra resultaram diversos Assentamentos de Reforma Agrária no município:

Assentamento 03 de outubro ou Nossa Senhora Conquistadora da Terra: - foram assentadas 16 famílias em 167 hectares.

Nova Ronda Alta: - foram assentadas 10 famílias em 128 hectares que era área de terras da Igreja Católica.

Vitória da União: - foram assentadas 16 famílias.

Um dos problemas verificados com o passar dos anos junto aos assentamentos foi o êxodo rural ocasionado pelo avanço da tecnologia no campo. A máquina substituiu a mão de obra, forçando os assentados vender ou arrendar as terras. Hoje, nem 10% das famílias assentadas permanecem nas propriedades.

 

Barragem e Turismo

Estudos para o aproveitamento da energia hidráulica do rio Passo Fundo foram iniciados pela Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE do RS na segunda metade da década de 1950. Após firmar convênio com o Departamento Nacional de Obras e Saneamento- DNOS, o governo do estado transferiu a responsabilidade das obras para a ELETROBRÁS que ao constituir a ELETROSUL em 23 de dezembro de 1968, sua subsidiária, passa a realizar a construção e operação de usinas geradoras e linhas de transmissão de energia elétrica. As obras foram concluídas em 1973. A Bacia hidrográfica do seu reservatório compreende 2.300 km quadrados, localizados entre os municípios de Ronda Alta, Três Palmeiras, Jacutinga, Erechim, Campinas do Sul e Entre Rios do Sul.

Na área do reservatório, foram atingidas 404 famílias que tiveram que se dirigir para outras terras oferecidas pelo INCRA no Mato Grosso. Algumas, no entanto, receberam indenizações. Hoje no entorno do alago da barragem o município comporta uma área de turismo visitada e habitada por turistas dos municípios de Sarandi, Palmeira das Missões, Carazinho, Constantina, Nonoai, Passo Fundo e Ronda Alta, entre outros, que permanecem nestes locais, especialmente em épocas de férias de verão.

Vários loteamentos existem às margens do alago. O mais importante, por ter sido o primeiro a ser criado é o Passo da Entrada. Neste local existe um camping para receber turistas, com área de churrasqueiras e ginásio coberto. Também existe local de lazer junto à sede da igreja Nossa Senhora da Salete, com vários quiosques e acesso à água.

Não menos importante é o Loteamento De Marco, condomínio fechado organizado por um grupo de Sarandi. Depois surgiu o Rancho Branco, que hoje conta com área de camping e casas para alugar, contando inclusive com piscina para os hóspedes. Ao lado do balneário está localizado o Clube de Tiro, Caça e Pesca, com cerca de 100 associados.

Com o passar dos anos aqueles que gostam de frequentar a orla da barragem foram formando novos condomínios, como Águas Claras, Dona Carolina, Breda, Navegantes, Oliveira, Capão Alto, Parque da Amizade, Parque da Justiça, Primavera, Rancho Branco, São Sebastião e Vivenda das Palmeiras.

Em suas águas ocorrem muita pescaria, passeios de barco e jet ski e a procissão em honra à padroeira de Ronda Alta, Nossa Senhora dos Navegantes. Em anos de estiagem, porém, a procissão não é realizada.

Um dos grandes problemas verificados na barragem é a chamada pesca predatória. Muita gente coloca redes de grande porte, retirando da água grande quantidade de peixes. A facilidade com que estão sendo distribuídas “carteirinhas de pescador” corrobora para que a fiscalização seja impedida de agir e o número de peixes diminui ano após ano.

 

 

Evolução da População

Evolução da População Rural e Urbana

Ano

1970

1980

1991

2000

2010

 

Total da

População

 16.028 hab.

16.648 hab.

11.689 hab.

 

 

10.051 hab.

 

 

10.228 hab.

 

Urbana

 

1.497 hab.

(09,36%)

3.369 hab.

(20,21%)

4.026 hab.

(34,44%)

 

4.388 hab.

(43,66%)

 

6.875 hab.

(67,22%)

 

Rural

 

14.531 hab.

(90,64%)

13.279 hab.

(79,79%)

7.663 hab.

(65,56%)

 

5.663 hab.

(56,34%)

 

3.353 hab.

(32,78%)

 

 

 

Ronda Alta, nas décadas de 1970 e 1980 possuía uma população de mais de dezesseis mil habitantes. 90 % dessa população vivia na zona rural na década de 1970. Já na década de 1980, menos de 80 % viviam no campo. Na década de 1990, éramos pouco mais de onze mil habitantes, destes, 65 % viviam no campo. Em 2000, a população de 10 mil habitantes estava metade no campo e metade na cidade. Hoje, somos uma população de 10.221 habitantes e apenas 30% estão no campo, ou seja, quase 7.000 pessoas vivem na cidade de Ronda Alta.

Ronda Alta perdeu população em função da cedência de território no momento da emancipação dos Municípios de Três Palmeiras, Engenho Velho e Pontão.

 

Grupos Formadores da População de Ronda Alta

O território que atualmente pertence à Ronda Alta, já era habitado pelos indígenas antes de 1900 quando a Lei de Terras designou terras para as populações indígenas. Nasce a Reserva Indígena da Serrinha, com seu contato com a natureza, sua produção voltada para sua alimentação, vivendo de forma coletiva.

Antes de 1900, o imperador Dom Pedro II determinou a construção uma linha telegráfica ligando o sul do país a São Paulo, por essa passagem, chamada de “Boca da Picada”, veio a ser o primeiro caminho que ligava Passo Fundo a Nonoai, passagem de muitos tropeiros e animais.

Em virtude deste fato, para facilitar a permanência destes viajantes, uma vez que o lugar se tornou uma parada frequente dos tropeiros, foi construído um galpão, chamado de “Casa de Pastos” que servia de abrigo para os animais no lugarejo de Rondinha do Campo.

Encontrava-se nessa região entre os Rios Passo Fundo e da Várzea, muitos caboclos que aqui chegaram com os bandeirantes, abrindo as picadas, em busca de índios, para aprisiona-los e vende-los como escravos em outras regiões. Viviam da coleta da erva mate na condição de posseiros. Com a Lei de Terras em 1850 os caboclos são expulsos dessas terras, pois não conheciam a legislação que orientava o registro dessas terras e que esta deveria ser feita na igreja em Passo Fundo. Atualmente a população de Ronda Alta também é composta por população afrodescendente.

Por volta de 1904, o caboclo Severino Antônio dos Santos começou a colonização das terras, onde hoje se localiza a cidade de Ronda Alta e logo após foram surgindo mais moradores.

As posses das terras de Severino Antônio dos Santos foram sucessivamente vendidas a João Pequeno Trindade, que vendeu a Pedro Schimidt, que cedeu a Juvêncio Rodrigues da Silva.

A colonização alemã chega com Bruno Kertscher em 1911, que se estabeleceu na área que é hoje o Passo da Entrada e com eles o Luteranismo.

Oriundos da região de São Leopoldo vieram em busca de uma vida nova em um lugar desconhecido para trabalhar na agricultura e introduziram seus hábitos e costumes no local. Entre eles cuca, batata, chimarrão, cerveja, bandinhas, chimia e bocha.

A colonização italiana chega em 1929, quando colonizadores se fixaram na área onde atualmente é a Linha Divisória e arredores.

Vieram na condição de humildes camponeses, compondo a maioria do povo de Ronda Alta, com o sonho de se tornar dono de um pedaço de terra, “trabalhar, poupar e fazer capital”. Trouxeram consigo uma rica cultura que está entre nós que são: catolicismo, massas, vinho, pizza, polenta, gamelas, salame, queijo, pão caseiro, chapéu de palha, mala de garupa, mala de viagem, foice, machado, pilão, pipa e sacol.

Todos formaram o povo gaúcho rondaltense com as culturas agregadas: cavalo crioulo, brinco-de-princesa, macela, quero-quero, erva-mate e chimarrão, churrasco, a bandeira, o hino e sua indumentária.                 

 

EDUCAÇÃO

(EM FASE DE ATUALIZAÇÃO)

 

Evolução da Religião

 

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil foi fundada em 15 de dezembro de 1915 na localidade do Passo da Entrada. Hoje os luteranos frequentam uma igreja em nossa cidade coordenada pela paróquia de Novo Xingu.

 

Igreja Católica

A igreja Católica passou nas últimas décadas por uma série de mudanças. Estas se fizeram sentir concretamente no que diz respeito à celebração da Missa, a apresentação da Igreja e de outros aspectos. A missa era rezada em latim, até a década de 60; os padres postavam-se de costas para os fiéis, não oportunizando a participação do povo. Sendo hábito a reza do terço pelos presentes às celebrações, para que pudessem sentir-se participantes.

A doutrina se apresentava bem rígida – os fiéis não tinham acesso à leitura da Bíblia, apenas religiosos podiam fazê-lo. Os santos, canonizados e populares tinham suas imagens colocadas no altar principal, onde o Padre se postava para rezar a missa. Os padres usavam batina, como veste diária, da cor de sua congregação.

Uma manifestação de respeito e submissão era o uso obrigatório do véu pelas mulheres, para receberem a comunhão. O relacionamento com outras religiões era bastante restrito, havendo reserva e desconfiança. Condenava-se o Capitalismo, como ainda acontece hoje, tendo em vista as necessidades apresentadas por muitos povos, enquanto poucos têm posses exageradas.

O comunismo também era entendido como algo capaz de contaminar e fazer com que os adeptos da Igreja Católica viessem a mudar de posicionamento. Outra manifestação era a exigência frequente do sacramento da Confissão. Este era feito em lugar específico – o confessionário. Para comungar devia-se estar em jejum, confessar-se e rezar o ato de contrição.

As mudanças ocorridas pós os anos 60, conforme o Concílio Vaticano II são situações que permanecem até hoje. Estas foram bem evidentes:

Os padres passam a usar trajes sociais no dia a dia;

A missa passa a ser rezada no idioma de cada país, de forma mais participativa – padres de frente para os fiéis;

A Bíblia passa a ser lida e usada também pelos leigos; os leigos participam das celebrações – Igreja comunitária;

Veneração aos santos canonizados;

Jesus Cristo passa a ser o centro das celebrações;

A Igreja passa a aceitar a ideia de que também as outras religiões têm preceitos que oportunizam conhecer a Deus e levar à salvação – Ecumenismo.

Concretamente, a Igreja católica em Ronda Alta se fez presente e continua fazendo-se, nos diferentes acontecimentos, sejam sociais ou religiosos.

Desde sua criação, nos anos 40, foi constituída a primeira igreja, tendo sido escolhido como padroeiro São Jorge

Antes deste período para as celebrações, vinham sacerdotes do município da sede da matriz, que era Constantina, em intervalos de 30 a 60 dias.

À medida que a população aumenta, apresenta-se a necessidade de presença constante de um sacerdote.

Cria-se a Paróquia São Jorge em 1959, no dia 12 de dezembro, formada inicialmente por 18 capelas.

O plano de construção da nova Igreja Matriz inicia em 1963 e até 1966 foi adquirido o material necessário para a construção. Em 1967 inicia-se a construção. Em 1968 foi demolida a antiga igreja matriz.

Em 1967, a Paróquia São Jorge passa a ser denominada de Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, escolha feita através do voto popular, tendo havido empate em três nomes. O desempate foi feito pelo Bispo Dom Claúdio Colling.

Atualmente a Paróquia tem 37 capelas, aqui representadas por um membro de cada comunidade com seu padroeiro:

 

COMUNIDADES E SEUS (SUAS) PADROEIR0 (AS)

BAIRRO APARECIDA- NOSSA SENHORA APARECIDA

BAIRRO SANTA HELENA- SANTA HELENA

BAIRRO IPIRANGA – NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

BAIRRO SANTA BÁRBARA – SANTA BÁRBARA

BAIRRO ESPERANÇA

BAIRRO QUIRI – NOSSA SENHORA DE LOURDES

CAVAZINI- NOSSA SENHORA AUXILIADORA

DIVISÓRIA- SANTO ANTONIO

BELA VISTA GUSATTI- SANTA LÚCIA

BELA VISTA SÃO PEDRO- SÃO PEDRO

LINHA ÁRSEGO- SANTO ANTONIO

LINHA VITÓRIA- NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES

LINHA SECA- NOSSA SENHORA DA SAÚDE

LINHA SIQUEIRA- NOSSA SENHORA APARECIDA

SANTA LÚCIA- SANTA LÚCIA

SÃO SEBASTIÃO- SÃO SEBASTIÃO

PASSO DA ENTRADA- NOSSA SENHORA DA SALETE

CAROLINA- NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

SUBIDA GRANDE- NOSSA SENHORA CONSOLADORA

CAPÃO ALTO- NOSSA SENHORA PERPÉTUO SOCORRO

CONQUISTADORA-NOSSA SENHORA CONQUISTADORA

VITÓRIA DA UNIÃO- SÃO LUÍS

BRILHANTE- SAGRADA FAMÍLIA

MACALLI I- NOSSA SENHORA APARECIDA

MACALLI II- SANTO ANTONIO

SANTA CATARINA- SANTA CATARINA

MARCON- SÃO PEDRO

CARREGUETTA- NOSSA SENHORA APARECIDA

CAPITEL – SANTO ANTONIO

RANCHO ALEGRE- ROSELI

SEPÉ TIARAJU- SEPÉ TIARAJU

DONA CLARA- SÃO VALENTIN

FITA VELHA- NOSSA SENHORA CARAVAGGIO

NATALINO- NOSSA SRA DE FÁTIMA

 

Os leigos passam a estar mais presentes na Igreja, representados pelos Ministros da Eucaristia, as zeladoras das capelinhas, os missionários, o Apostolado da Oração, as reuniões em grupos de famílias

Alguns fatos marcantes enriqueceram a caminhada da Igreja, como por exemplo:

Santas Missões Populares nos anos de 1972, 1982 e 1992, com a presença de Missionários Capuchinhos. Hoje as missões acontecem com missionários leigos, continuando a evangelização, propagando a palavra e o projeto de Deus.

Comunidades Eclesiais de Bases (CEBS) – Igreja, povo de Deus organizado em que busca vida digna a luz da palavra de Deus. Em 1994, o encontro da CEBS, com grande participação popular, trouxe para Ronda Alta pessoas de vários municípios do Rio Grande do Sul e do Brasil. Essas pessoas foram acolhidas pelas famílias da comunidade.

Gincana Bíblica, tendo como objetivo motivar a leitura e conhecimento da Bíblia.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes e Santa Bernadete do Bairro Quiri, foi inaugurada no dia 5 de fevereiro de 2006, com missa e festa. Com o apoio do Padre Jorge, foi possível construir a gruta, a cobertura do espaço para acolher os devotos. Foi à última comunidade católica a ser instituída da Paróquia.

Primeiro Fórum da Igreja Católica no Rio Grande do Sul, discutiu questões da Igreja Católica fortalecendo a fé e a participação do povo.

Cinquenta anos da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, resgatando a devoção e fé dos fiéis. Certamente os momentos de oração, participação e doação de serviços são exemplos que trazermos para a nossa prática comunitária, para construir um presente feliz.

A Igreja matriz, em sua existência recebeu desde o ano de 1959, 11 padres que exerceram a função de Párocos e 09 vigários paroquiais auxiliares, como vemos abaixo:

Padre Wofgang Grobasch – 1959- 61

Padre Guilherme Gisem – 1961-62

Padre Guilherme Steffen – 1962-72

Padre Romano Dancewicz – 1972-75

Padre André Piaseck – 1975

Padre João Wargulewski – 1975-76

Padre ArnildoFritzen – 1976-2001

Padre Hilário Fritzen – 1976

Padre RudimarMascarello – 2001

Padre Jorge Zanini – 2001-13

Padre Celio Zamarchi - 2013-08-01

Padres vigários Paroquiais e Auxiliares

Padre Nadir Zanchet    

Padre Itamar Lavarda

Padre João Luis Foschiera

Padre Itamar Espanhol

Padre Lauro Castelli

Padre Edi Fávero

Padre Elio Eilert

Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Celio Luiz Zamarchi

 

'Não tenho nem ouro nem prata, mas o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo'.

Estas palavras proferidas Pelo Santo Padre o Papa Francisco, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude nos motivam à necessidade de percebermos em cada rosto a presença de Jesus Cristo

 

Igreja Evangélica Assembleia de Deus

Em 19 de novembro de 1910 com a chegada de dois jovens missionários em Belém do Pará, Baniel Berg e Gunar Vinglen, vindos da Suécia deu-se início a fundação da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil. Em 3 de fevereiro de 1924, chega em Porto Alegre, também da Suécia o Missionário Gustavo Nordlun e sua família e funda a Igreja em nosso estado e hoje abrange quase que a totalidade dos municípios. Em setembro de 1963 chegou em Ronda Alta, vindo do Salto do Jacuí a família do Senhor Oreste Vidal dos Santos e dá início aos cultos evangélicos em sua residência, e logo em seguida chegam as famílias de Sátiro de Vargas, Francisco Camargo (em memória), Juracy do Carmo e constroem a primeira Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Ronda Alta, liderada pelo Evangelista Maurilio de Andrades, vindo da cidade de Nonoai. Em julho de 1983 com a chegada do Pastor Germano Vorma passa ser igreja autônoma tendo sob sua jurisdição os Municípios de Ronda Alta, Três Palmeiras, Engenho Velho, Liberato Salzano, Constantina e Trindade do Sul. A partir de dezembro de 2012, por motivo de saúde e aposentadoria do Pastor Germano, assume a presidência da Igreja seu filho, Pastor Anildo dos Santos Vorma. Atualmente dirige a igreja o Pastor Nereu Meneghetti.

 

Igreja do Evangelho Quadrangular

A Igreja do Evangelho Quadrangular nasceu na Califórnia no ano de 1920 através de Aimen e veio para o Brasil em 1951. Chega em Ronda Alta em 1997 sempre pregando o Evangelho da Salvação: Jesus Cura – Jesus Batiza no Espírito Santo e Jesus Voltará. A Partir de 2011 a Igreja é administrada pelo Pastor Oliveira.

       

Evolução da Economia

Espaço rural: agricultura e pecuária

Em 1963, o que predominava em Ronda Alta era a agricultura de subsistência com a produção de batata-doce, amendoim, pipoca, vassoura, cana, cebola, feijão arroz, trigo e milho. Os instrumentos utilizados para o cultivo desses produtos eram: pilão, arado, cerrote, foice, carroça, rebolo, machado, máquina de plantar, máquina de moer milho, manguá, foicinha, tacho, engenho de moer cana, litro para o leite, trilhadeira... Da pecuária os agricultores produziam para o próprio sustente e o excedente era comercializado na cidade como produto de troca. Produzia-se queijos, ovos, manteiga, nata, salame, banha, torresmo, morcilha, copa, carne de gado, frango, porco, ovelha e cabra. Com a lã da ovelha e penas de aves confeccionavam-se acolchoados e travesseiros.

Nos anos 70 e 80, ocorre à entrada da soja nessa região como produção agrícola principal. Juntamente com a monocultura da soja, ocorre a mecanização agrícola e a entrada de insumos nas grandes propriedades que iam se ampliando pelo êxodo rural. Enquanto isso a maioria dos pequenos agricultores plantavam e colhiam manualmente. Na pecuária destacou-se a produção de suínos para comercialização. Muitos agricultores também se tornaram apicultores produzindo mel para sua subsistência e venda do excedente.

Nos anos 90 ocorre o incentivo a diversificação de produtos junto às pequenas propriedades rurais com o objetivo de se manter viva e produtiva a pequena propriedade rural. A mecanização se amplia com a soja e, com a introdução de outras técnicas agrícolas como: rotação de culturas, plantio direto, produtos geneticamente modificados – transgênicos, produção de cevada, início da bacia leiteira. Amplia-se a produção de peixes produzidos nos açudes.

A partir do ano 2000 novas tecnologias são usadas no campo, ocorre à expansão da bacia leiteira e o surgimento de agroindústrias. Ocorre um incentivo a manutenção da agricultura familiar com a diversificação da propriedade rural com a produção de hortifrutigranjeiros e embutidos, surgindo o beneficiamento e a industrialização de produtos agrícolas pelo próprio produtor. Surgem as agroindústrias familiares que, com o apoio da Emater e dos órgãos governamentais, passam a produzir alimentação escolar em grande escala, produzindo renda no campo e mantendo essas famílias no meio rural com sustentabilidade, renda e qualidade. Hoje amplia-se o incentivo a piscicultura, com a construção de açudes.

Contamos com a produção de mudas de árvores frutíferas, silvestres, exóticas e ornamentais e gramíneas.

 

Serviços

Todos os municípios possuem os mais diversos setores de prestação de serviços, assim como o nosso.

Já em 1963, em sua emancipação, contávamos com alguns desses serviços, e com o decorrer dos anos outros foram surgindo.

Em 1949, Rondinha do Campo passa a ser Distrito de Sarandi, passando a se chamar Ronda Alta. Surgem aqui, estabelecimentos de prestação de serviços, como: a Estação Rodoviária e Hotel. O Cartório de Registros Públicos em 1948. O Tabelionato em 1950, em o Hospital São Jorge, hoje Sociedade Hospitalar Ronda Alta, a Subprefeitura Municipal, Brigada Militar, Companhia de Energia Elétrica, hoje, RGE, Companhia de Água, hoje CORSAN e Telefonia, a CRT, em 1956.

Com o crescimento do município outros serviços foram surgindo. Em 1969 a Delegacia de Polícia e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais,1970 Cotrisal, 1974 o Correio, 1974 Bamerindus, 1975 Hospital Santa Rita, hoje Hospital dos Trabalhadores, 1980 Casa Lotérica, 1981 Posto de Saúde e Hospital Navegantes, 1982 Banco do Brasil, 1983 ACIRA e Banrisul, 1985 Jornal da Ronda, hoje Folha da Produção, 1988 Fórum, 1990 EMATER e Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais, 1992 Cartório Eleitoral, 1993 Clinica Municipal de Saúde, hoje Pronto Atendimento e Criação do Conselho Tutelar, 1994 Sicredi, 1996 chegadas da internet, 1997 Crehnor, 2003 Sindicato dos motoristas, 2007 Rádio Comunitária Navegantes, 2010 SAMU, 2011 Cresol. 2017 Rádio Máxima FM. Hoje, 50 anos de sua emancipação, Ronda Alta conta também escritórios de advocacia e contábeis, de engenharia civil e arquitetura. Consultórios médicos e odontológicos e serviços de psicologia, fisioterapia e quiropraxia. Serviços de pedreiros, carpinteiros, encanadores, serventes, eletricistas, diaristas, secretárias do lar, babás, cuidador infantil e de idosos, educadores, servidores públicos em geral, atendentes, costureiras, comerciários, motoristas e auxiliares, garçons, cabeleireiros, massagistas, massoterapeuta, frentistas, cozinheiras entre outros tantos.

Ronda Alta também conta com serviços de saúde e bem-estar como academias de ginásticas, pilates, yoga, reic, psicólogos.

 

Comércio

Na década de 60 o comércio era feito por troca-troca de produtos agrícolas entre as famílias, mas também havia a compra e venda de produtos. Comprava-se o que não se produzia aqui: tecidos, querosene e sal. Comprava-se para pagar com a venda dos produtos agrícolas. O transporte dos produtos para a comercialização era feito por carroças e mais tarde por caminhões. Muitos produtos agrícolas eram comercializados em Passo Fundo: arroz, feijão, batata, trigo, milho, madeira e outros.

Com a industrialização muda o perfil do comércio local. Os antigos armazéns de secos e molhados as tendas de banana são substituídas por estabelecimentos de pequeno porte como: lojas de confecções, móveis, eletrodomésticos, minimercados, açougues. No decorrer das últimas décadas da história do município de Ronda Alta o comércio foi ampliando setores e hoje temos diversos estabelecimentos como: lojas de insumos e máquinas agrícolas, materiais de construção, farmácias, supermercados, floriculturas, postos de combustíveis, lojas de vestuário e de calçados, bazar, joalherias, oficinas mecânicas, restaurantes, padarias, lojas de eletroeletrônicos e móveis, de carros e artesanato.

Também se comercializa produtos agrícolas através da Feira do Produtor: peixe, temperos, hortaliças, frutas, ovos, produtos agro industrializados como: leite, queijos, iogurte, bolachas, massas, salame, banha, carnes, vinho, vinagre, chimia, doce de leite, rapaduras, cucas e pães.

 

Indústria

As primeiras indústrias surgiram onde hoje é o Passo da Entrada, nas primeiras décadas do século XX, olaria e cervejaria trazidas pelas famílias de Bruno e Dona Clara Kertscher.

Em 1921, Pedro Schmit vende suas terras para Juvêncio Rodrigues que veio de Soledade trazendo consigo seus filhos, o qual teve uma pequena bodega, instalada de fronte onde hoje está localizada a Estação Rodoviária.

Em 1926 começaram a chegar alguns moradores e fixaram-se nos campos de Júlio Mailhos, um dos donos uruguaios dessas terras.

Em 1928, chega em Ronda Alta a família Beux e constrói uma ferraria e uma carpintaria de Miguel Beux, localizada onde hoje é a Rua Miguel Beux. Fabricava carroças, arados, enxadas, machados, feitos com madeira de lei. Junto surgem uma serralheria do Senhor Lohmann e uma sapataria do senhor Ernesto Prestes. Nesta mesma época chega a família de Elias Danski construindo o 1º moinho colonial de Rondinha do Campo, hoje o moinho Sacardo. Ainda nesta época chegaram em Ronda Alta os irmãos Lohmann e construíram a 1ª serraria tocada a água (hoje Serraria Scariot).

Também chegam em Ronda Alta em 1929 os primeiros agricultores oriundos de Tapera que compraram as terras da Companhia Colonizadora Hermínio da Silva, que constroem mais uma serraria e uma fábrica de tijolos e telhas, localizadas onde hoje reside a família de Sabino Barbosa.

Ainda nesta época chegaram os primeiros italianos - Linha Divisória – família Rizzi, Bosa, Mânica, Trevisan, Peruzzo e Marcon. Nesta mesma época a família Danski constrói uma casa de comércio em frente onde hoje se localiza a rodoviária.

Em 1936 chega em Ronda Alta outro empreendedor, Mose Míssio e sua mãe, o qual instala mais uma casa de comércio. Em seguida constrói uma grande casa de madeira e vidraças, onde havia de tudo, localizada onde hoje é a propriedade de Nelci Martinelli.

Nesta época deu-se início ao loteamento de Rondinha do Campo e chega aqui Normando e Edemar Baldissarella, os quais, juntamente com outros participantes montaram armazéns de secos e molhados. A mesma empresa traz o moinho Rio Grandense (Moinho Rossi) tocado a diesel. Com a vinda de João Casali e Hugo Leonardi foi montada uma selaria e uma sapataria.

Com o desmembramento da Fazenda Sarandi surgiu a grande Serraria de Haite Martins que veio de Carazinho, a Serraria Fritzen e Bitzen (local onde hoje é o CTG Ronda da Saudade), Serraria da Empresa Macalli também de Carazinho, Serrarias no Ipiranga, Serraria de Francisco Gaio e José Romani, Serraria de Fioravante Casagrande e Serraria de João Bertoncelo. Mais tarde também se construiu a Serraria de Paulino Gois e começaram a surgir lojas e outras empresas.

Na década de 60 já havia aqui algumas olarias: de Davi Morsche, José Bosa e Pedro Schimit.

Em torno de 1962 se instalou uma Serraria com 9 sócios da qual provinha o sustento de 60 pessoas das famílias: Turati, Bagatini, Fraport, Scariot, Fachini, Valduga, Bosa e Ambrósio. A serraria produzia dormentes para trilhos de trem.

Em 1965 a família Schenkel instala uma fábrica de móveis e caixões mortuários.

Em 1968 Orestes Batista Fachini instala uma serraria.

Em 1970 surgiu uma indústria de Herculino Baldissarella, serraria e fábrica de móveis e a fábrica de Móveis de Vicente Thomé, tocada a água.

Em 1975, a Fábrica de Móveis de Alberto Reis, Carpintaria de Carlos Guiland e Ferraria do Senhor José Agostini.

Em meados de 1980 abre a firma Gusatti com várias filiais.

Existiam muitos engenhos de cana de açúcar que beneficiavam a cana para o consumo das famílias, produzindo garapa, melado, açúcar, rapadura, puxa-puxa, chimia de tacho.

Surge a padaria de Nelson Buffon.

Atualmente temos uma produção industrial que vem se expandindo para atender o município e região como: indústrias moveleiras, indústria de aparelhos elétricos, indústria têxtil, indústrias de beneficiamento de madeiras e aberturas, olaria, tubos, artefatos, marmoraria, indústria de erva mate, agroindústrias de leite e embutidos, de massas e bolachas.

Em 1983 surge a ACIRA-Associação Comercial e Industrial de Ronda Alta. Tem como objetivo fortalecer os setores da economia urbana de nosso município.

 

Esporte e Lazer

Times, 3ª idade, escolinhas, Balet, coral, invernadas, brincadeiras

A recreação é muito importante em todas as idades não apenas na infância. Todos nós precisamos dos nossos momentos de lazer e diversão. Portanto as atividades recreativas devem ser espontâneas, criativas e prazerosas, objetivando diminuir tensões e preocupações e promovendo a participação individual e coletiva em ações que melhorem a qualidade de vida e a integração social.

No quesito esportes, a formação de times de futebol amador remonta ao início da criação de nosso município. Desde aquela época praticamente todas as comunidades do interior e cidade tinham seus times, que disputavam futebol de campo em duas divisões, a primeira e a segunda divisão, no campo atualmente denominado campo dos Veteranos. O futebol de campo era disputadíssimo, o maior time amador já formado no nosso município foi o Brasil e as partidas eram disputadas em diversos municípios do estado. O atual campeão municipal e regional que representa Ronda Alta nos campeonatos regionais é o Esporte Clube Santa Helena.

Existe também a Liga Rondaltense de Bochas, fundada no ano de 2000, que representa o município em campeonatos municipais, regionais, bem como em âmbito Estadual e Nacional. Campeonatos e competições estas como: Taça RBS, Taça Cotrisal, JERGS, Torneio Pé no Chão (de Palmeira das Missões), Torneio Bombeador (de Carazinho) com participações de equipes internacionais, Taça Folha da Produção e outros.

Para as crianças dos tempos idos, reservavam-se como herança as brincadeiras transmitidas de pais para filhos, além de muita peraltice ao ar livre. Subir em árvores, brincar de pega-pega, esconde-esconde, sapata, peteca, pular corda, cinco marias, jogar futebol com bola de meia, carrinhos de lomba, pernas de pau, bolitas, balanço de corda em árvores, bambolê, casinha, bonecas de pano confeccionadas pelas avós ou mães, cantigas da época.

Nos dias atuais, muito se perdeu da infância de brincadeiras do passado. Carrinhos e bonecas que fazem quase tudo, menos servirem ao propósito de divertirem e estimularem a criatividade. Crianças e adolescentes presos em frente a um aparelho de TV ou computador fazem os pais se perguntarem como pode ter mudado tanto as formas de diversão e de que maneira o modelo atual pode trazer algum benefício para seus filhos.

Assim, pensando em promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, a Secretaria Municipal de Educação e Desporto no ano de 1997, implantou as Escolinhas Municipais de Voleibol Feminino, hoje feminino e masculino. No ano de 1998 criou-se a Escolinha de Futebol de Campo e em 2006 a Escolinha de Futsal, as quais foram sendo ampliadas e contribuem cada vez mais na melhoria da qualidade de vida (autoestima, convívio, integração social, saúde), bem como na diminuição da exposição aos riscos sociais como: drogas, prostituição, gravidez precoce, criminalidade, trabalho infantil e a conscientização da prática esportiva, assegurando o exercício da cidadania).

A Escolinha Municipal de Voleibol, nas suas diversas categorias, representa o município participando de competições como: Copa London/SEDEC, Circuito Regional, Copa Erechim, Sacada Inteligente, JERGS e outros campeonatos intermunicipais e ainda com representações em âmbito Estadual.

A Escolinha Municipal de Futsal também trouxe muitas conquistas para o município, participando de Campeonatos Estadual de Futsal, Campeonatos Regionais de Futsal categorias de Base, Tacinha RBS, Taça RBS, Taça Cotrisal, amistosos e JERGS.

No quesito cultura, no ano de 1998 foram criados os Corais Municipais: Infantil, Juvenil e 3ª Idade, com o intuito de investir no resgate e nas ações culturais de nossa gente, pois entende-se que a música possibilita a todos (crianças, jovens e 3ª idade), encontrar seu ritmo interior, seu próprio equilíbrio, estabelecendo “sintonia” com o mundo que o rodeia. As atividades musicais levam a perceber seu corpo como uma fonte inesgotável de ação, expressão, criação e é muito importante para que os integrantes se tornem capazes de lidar com suas emoções e sentimentos.

Estes corais muito elevam, engrandecem e orgulham o nome e a cultura de Ronda Alta nas apresentações e shows no próprio município e em municípios da região, estado e fora dele.

Para melhorar ainda mais a postura, flexibilidade, coordenação motora, disciplina, expressão corporal e exercício para a mente de nossas crianças e jovens criou-se o Ballet Municipal no ano de 2011, o qual encanta a todos em suas apresentações.

Temos também no município de Ronda Alta o Centro de Tradições Gaúchas – CTG – Ronda da Saudade, que foi fundado aos 24 dias do mês de março do ano de 1963. Sendo que na época era Vila de Ronda Alta e pertencia ao município de Sarandi. O CTG foi fundado tendo por finalidade cultuar e difundir o tradicionalismo gaúcho na Vila e no Distrito.

A primeira diretoria ficou assim constituída:

Patrão de Honra – Padre Guilherme José Steffen e Patrão Apolinário Carneiro da Silva.

Atualmente o patrão do CTG é o senhor Elcio Honse. O CTG Ronda da Saudade conta com as Invernadas Artísticas Fraldinha, Pré-mirim, Mirim e Juvenil, o Quadro de Laçadores, o grupo de cancha de bochas e os Cavalarianos.

Os Grupos Carnavalescos “Os Capetas” e “Turma da Alegria”, foram fundados por jovens por volta de 1980, que se apresentavam em Ronda Alta, no Esporte Clube Brasil, municípios vizinhos e da região com o intuito de divertirem-se e formarem mais amigos. Destes grupos outros foram surgindo e divertem os carnavais do município dos dias atuais.

 

Banda

Com o propósito de resgatar valores culturais, respeito, amor à Pátria, ética, formação moral, desenvolver social e culturalmente o ser humano, especialmente as crianças e adolescentes, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Herculino Baldissarella criou uma Banda Marcial.

Uma das formas de lazer de nosso município são os grupos da 3ª Idade, os quais foram formados com o objetivo de proporcionar à população idosa dos bairros e interior, melhorias na qualidade de vida, assim como em suas relações interpessoais, convivência comunitária e desenvolvimento da autonomia.

Hoje o município possui 12 grupos de terceira idade. Estes grupos realizam festas anuais onde recebem os grupos do município e de outros, aos quais devolvem suas visitas quando estes realizam suas festas, marcadas por muita diversão, dança, conversa e formação de novas amizades ou revendo os amigos.

Também recebem orientações em saúde física, emocional e mental em reuniões mensais realizadas em suas comunidades.

 

Evolução da Comunicação

No início da emancipação do nosso município poucas pessoas tinham acesso aos meios de comunicação existente na época: rádio e carta.

 

Rádio

Sintonizava-se a rádio Gaúcha, Guaíba, Farroupilha e mais tarde a rádio Sarandi. Os programas mais ouvidos pela população eram: A Voz do Brasil, músicas sertanejas, noticiários, jogos e Homenagem Sonora da Rádio Sarandi.

 

Correio

Já existente no município na época, o trabalho era manual o que dificultava a execução do mesmo. As correspondências eram transportadas através de ônibus de linha, sendo lenta a entrega.

No início tinham somente cartas simples e registradas, por volta de 1979 surgiu o telegrama usado para as correspondências mais urgentes, e em 1984 o SEDEX e atualmente contamos com SEDEX 10.

 

Jornal

No que se refere a comunicação impressa em nosso município circulavam alguns exemplares de jornais e revistas de centros mais desenvolvidos.

Tivemos como pioneiro O Boletim Estudantil na década de 70, com 18 edições.

No ano de 1985 iniciou a circulação do Jornal da Ronda sendo editado por 17 anos. E então em 2001 passou a chamar-se Jornal Folha da Produção, abrangendo hoje mais de 20 munícipios.

Circulam outros jornais de abrangência estadual e regional, revistas, boletins informativos.

 

Telefone

Na década de 60 somente existia o telefone na prefeitura, onde as pessoas iam até o local para fazer ligações para outros municípios.

Mais tarde surgiu o centro telefônico no município, era feito o pedido das ligações na mesa telefônica.

Somente em 1985 começou a implantação do telefone automático e se efetivou no ano de 1988. Com isso no decorrer dos anos surgiu o FAX que foi muito utilizado.

O grande avanço da telefonia foi o DDD. E na década de 90 o celular, onde a maioria da população se beneficia do mesmo.

 

Televisão

Poucas eram as famílias que possuíam televisão na década de 60, as quais eram em preto e branco, grandes e pesadas, a luz e a bateria.  Com o passar dos anos surgiu novos modelos coloridas e somente a luz, modificadas e mais modernas.

 

Computadores

Com o grande avanço da tecnologia surgiram os computadores. Em nossa cidade o primeiro computador chegou no início da década de 90.

Com o avanço da tecnologia surgem as redes sociais, no momento um dos meios de comunicação mais utilizado. 

 

Jornal da Ronda

O jornal da Ronda foi o primeiro veículo de informação impresso do município. Em 1985, sentindo a necessidade de difundir a comunicação na comunidade, o jovem Roque de Couto iniciava a jornada, em parceria com o Jornal A Região de Sarandi. Por 17 anos o semanário circulou não só em Ronda Alta, mas também em Rondinha, Três Palmeiras, Trindade do Sul e Nonoai.

 

Jornal Folha da Produção

Em junho de 2001 nascia o Jornal Folha da Produção, resultado da união do Jornal da Ronda, Jornal de Constantina e Gazeta Popular de Nonoai. O objetivo de seus fundadores, Roque de Couto, Renato Kozak e Alex de Lima, era fazer com que as notícias de toda a região fossem editadas num único veículo, aumentando desta forma o número de páginas e assuntos. Hoje, passados mais de 20 anos, o semanário é um dos maiores jornais da região, com circulação em mais de 20 municípios. Com quatro redações – Constantina, Nonoai, Ronda Alta e Sarandi – e uma equipe de cerca de 20 profissionais, o veículo tem condições de atender cerca de dez eventos numa só vez, dinamizando desta forma a cobertura. Há uma estatística que mais de 20 mil pessoas leem o periódico nas sextas-feiras, dia de sua circulação.

 

Rádio Comunitária Navegantes

Depois de muitos anos de tentativas, no dia 06 de dezembro de 2007 foi inaugurada com sua primeira transmissão a Rádio Comunitária Navegantes, a qual presta informações a toda comunidade.  A Rádio está sob a coordenação da Sociedade Comunitária Navegantes composta por 19 membros: Adelar Novello, Anacleto Navarro, Ângelo Giacomolli, Aquiles Trezzi, Arnildo Fritzen, Carmem Lorenzoni, Elizete Raimondi, Everson Pandolfi, Ilino Albarello, Jorge Bufon, Leonir Bonavigo, Lélio Tedeschi, Luis Liberatti, Mauro Didomênico, Odacir Raimondi, Osmar Raimondi, Osvaldo Giacomelli, Semar Bonavigo e Valério Bernardi.

O trabalho diário da Rádio de levar informação e entretenimento a toda população de Ronda Alta é feito por cinco funcionários efetivos e oito voluntários.

A Rádio Comunitária Navegantes, novo veículo de comunicação, possibilitou desenvolver um novo “olhar” em relação ao que acontece no município, região, estado, país e mundo.

 

Rádio Máxima FM

A história deste projeto é longa e inicia no ano de 1996, quando o Ministério das Comunicações abre um canal de rádio FM comercial para a cidade Ronda Alta. A partir disso algumas empresas mostraram-se interessadas em participar da concorrência e se inscreveram para a licitação. Cada empresa participante ofertava seu valor e o que seria mais alto e atendesse aos critérios, ganharia o direito para utilizar o canal. Após o resultado avaliado, no ano de 1997, a empresa Rádio Portal do Sul FM Ltda-ME de Ronda Alta, ganhou o direito do canal FM comercial da cidade. Na época a empresa era representada pelos sócios Adelar Novelo, Giovane Terezinha Ebhert, Nelci Martinelli, Luiz Antônio Liberatti e Osmar Reolon.

A partir daí começou-se uma longa jornada em cumprir exigências de documentações do Ministério das Comunicações e o processo começa a percorrer um longo caminho pelo Senado Federal, Câmara dos Deputados entre outros trâmites, até que no ano de 2012, com a assinatura da presidente da República Dilma Rousseff, a emissora ganha outorga, porém ainda para se tornar realidade e ir ao ar, a empresa precisaria ter a assinatura do contrato com o Ministério das Comunicações.

No ano de 2014, passados 17 anos desde a licitação, a associação, cansada da grande demora em conseguir a documentação final, resolve vender o direito do canal de FM comercial, que foi então adquirido pela Família Colussi, a qual começou também uma incansável luta para que a emissora fosse liberada para operação em FM. Após mais de 2 anos da aquisição, cumprindo rigorosamente as exigências do Ministério das Comunicações e passados 19 anos desde a licitação, no dia 15 de fevereiro de 2017, foram a Brasília o sócio/administrador Eduardo Colussi e seu avô e sócio Adelar Colussi (in memorian), para assinar o contrato com o governo, que a partir daí ganhava o direito em encaminhar a documentação do projeto técnico da emissora e pedido de uso de rádio frequência para a Anatel, para ter condições legais de colocar a emissora no ar. Após a aprovação do projeto técnico operacional e publicação no diário oficial da união e ao finalizar a montagem dos equipamentos, no dia 29 de abril de 2017, às 16h30min, a emissora entra no ar em caráter experimental para toda a grande região, na frequência de 91,9 FM.

Desde seu início, os administradores, buscando crescer e melhorar a abrangência da emissora, no dia 16 de março 2019, às 9h, com liberação e aprovação do Ministérios das Comunicações, realizam a troca de frequência passando de 91.9 FM para 107,5 FM, tendo ainda mais qualidade em seu sinal e abrangendo mais municípios. A emissora presa em contribuir para o desenvolvimento da comunidade rondaltense, levando informação do que acontece nos municípios da região, participando do dia a dia da comunidade, estando sempre presente nos acontecimentos locais e regionais, entretendo e alegrando os ouvintes através da música, usando do microfone potente da Máxima FM com responsabilidade, para servir aos milhares de ouvintes espalhados pelos quatro cantos da região, atuando 24 horas por dia.

 

ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Secretaria Municipal de Assistência e Integração Social desenvolve vários trabalhos nas mais diversas áreas, tais como: cadastramento e atualização do Cadastro Único da Assistência Social, até o momento com 1423 famílias cadastradas. Atualmente(2022) existem 534 famílias recebendo auxílio do Programa Auxílio Brasil (Programa Federal).

PAIF

Programa de Apoio Integral à Família, que realiza o acompanhamento familiar, com visitas domiciliares, atividades grupais, oficinas de geração de renda e convivência comunitária.

PCDS – Pessoas com Deficiência

As ações desenvolvidas com este público têm como objetivos realizar atividades de estimulação e terapias ocupacionais, bem como a convivência comunitária.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que atende crianças e adolescentes, desenvolve atividades através de oficinas recreativas, musicais e profissionalizantes, visando música, visando desenvolvimento da participação cidadã, habilidades e potencialidades de cada pessoa. As atividades são desenvolvidas no turno inverso ao da Escola. Para os adolescentes e jovens se realiza orientações para inserção no mercado de trabalho.

MELHOR IDADE

Projeto Vida Ativa: proporciona atividades físicas e de convivência comunitária. Também há orientações para uma vida ativa e saudável, com a participação de vários profissionais da saúde. Para este público há atividades artesanais, que além da geração de renda, proporciona convivência comunitária.

Além das atividades anteriormente citadas, há o acolhimento das demandas de violência doméstica, violências contra crianças, adolescente e idosos. O atendimento dessas demandas, que podem chegar por ondem judicial ou espontaneamente pelo cidadão, gera acompanhamento familiar e visita domiciliar realizadas pelas profissionais de serviço social e psicologia.

Todas estas atividades e ações são desenvolvidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

A Secretaria de Assistência e Integração Social, além de realizar a gestão da política de Assistencial Social no município, é responsável pelos encaminhamentos institucionais de crianças, adolescentes e idosos e buscar melhorias habitacionais para as famílias em situação de vulnerabilidade social.

 

Saúde

Plantas medicinais

Conhecida e nomeada como: medicina natural, medicina popular, medicina caseira, é a utilização das “plantas medicinais” na prevenção tratamento e cura de doenças.

É provável que a utilização das plantas medicinais como medicamento seja tão antiga quanto à origem do homem. No Brasil a utilização de plantas no tratamento de doenças apresenta influência da cultura indígena, africana e europeia, e constituíram a base da medicina popular.

A saúde é o mais precioso dos bens. Um corpo saudável é infinitamente mais que uma riqueza. Pensando, fazendo uma viagem nos 50 anos de Ronda Alta, constatamos uma época em que não havia medicamentos, tais como os temos hoje, e, que a única possibilidade de cura era recorrer a plantas e terapias naturais como benzimento. São benzedeiras conhecidas: D. Rosa; D. Bibi; Carolina Bosa, D. Erna Daper, D. Nair Perin, D. Fausta entre outras. Recorriam às simpatias, que, embora realizadas como experimento, apresentavam resultados eficientes. Desta forma o conhecimento foi evoluindo e tornando os tratamentos naturais mais suaves e com resultados positivos. Graças a todas as pessoas e famílias que cultivaram os conhecimentos, passando-os de geração a geração nas diversas formas como podemos citar:

As pastorais ligadas a Igreja “Pastoral da Criança” que por muitos anos realizou trabalho na promoção da saúde com o uso da multimistura, pomadas, remédios e chás para a população. Destacou-se nesse trabalho a Irmã Irene Tonelotto.

A exemplo das pastorais também surgiu outros espaços que oferecem até os dias de hoje os serviços de tratamentos naturais para a população do Município: Centro Terapêutico Renascer que iniciou com Altemir Bertti e Salete Rodrigues de Aquino e Vida e Saúde de Anari Maria Cé;

Outros trabalhos relevantes são desenvolvidos pela Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e entidades na divulgação, identificação e produção.

O estudo e a pesquisa sobre os princípios ativos das plantas evoluíram e foram comprovados, assim muitos medicamentosa base de plantas (fitoterápicos e homeopático) já estão disponíveis na rede do SUS.

É compromisso de todos para uma vida saudável: Resgatar a cultura, incentivar o cultivo de plantas medicinais, condimentares, aromáticas, utilizar no preparo de alimentos e na prevenção de doenças é estar promovendo o equilíbrio, a harmonia e a sintonia do organismo com a natureza.

 

Hospitais

No ano de 1962 já se tem notícia da existência de hospital no então Distrito de Ronda Alta. O primeiro hospital foi o São Jorge, de propriedade do Dr. Ari Tasca. Em 1979 passa a se chamar Hospital e Farmácia Ronda Alta, de propriedade do Dr. Tarcísio Grandi. A partir de 2012 passa a se chamar Sociedade Hospitalar Ronda Alta de propriedade de Rosane Facchi.

No ano de 1973, nasce o hospital Santa Rita, de propriedade de Zulmir Vanni e de seu genro Dr. Edgar Bodanezzi.

No ano de 1981 foi inaugurado o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, de propriedade do Dr. Donaldo Ignácio Rech.

Atra - A Associação dos Trabalhadores de Ronda Alta, fundada em 30 de maio de 1986, entidade filantrópica, sem fins lucrativos e de utilidade pública municipal, estadual e federal, reconhecidamente na região como uma das instituições prestadoras de serviços na área da saúde” sua principal atividade”, através do Hospital dos Trabalhadores adquirido em 11 de julho de 1986 e sua abertura em 03 de outubro do mesmo ano.  Após o incêndio que destruiu totalmente sua estrutura em 13 de maio de 1993 foi construído novo prédio e voltando a funcionar em 08 de março de 2000.

Atualmente possui uma área construída de 2.699,80m2 com capacidade para 55 leitos, com enfermarias com 03 leitos, quartos semi privativos, privativos e apartamentos além de leitos de observação para 12/24 horas no ambulatório, sendo que destes 42 leitos são conveniados com o Sistema Único de Saúde-SUS.

A ATRA é credenciada no Consórcio Intermunicipal de Saúde, coordenado pela 15ª Coordenadoria Regional de Saúde de Palmeiras das Missões.

O corpo clínico é composto por 10 médicos de várias especialidades e 59 funcionários nos mais diversos setores do hospital, dentre eles, enfermeiros, psicóloga, farmacêutica/bioquímica, técnicos de enfermagem e radiologia médica e monitores. Conta com sanificação, cozinha, lavanderia, recepção, almoxarifado, vigilância, zeladoria, recepção e administração.

Dentre as diversas atividades, programas e atendimentos prestados, enfatizamos neste momento dois programas desenvolvidos dentro do hospital: Atendimento à pacientes da Saúde Mental baseado num Plano Terapêutico Singular e Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno.

Aleitamento Materno

O Hospital dos Trabalhadores oferece o serviço e especialidade de Ginecologia e Obstetrícia, contando com maternidades que propiciam maior conforto para as gestantes, puérperas e seus bebês. Ainda conta com uma equipe de profissionais capacitados para atendê-las, neste momento que exigem maior atenção e cuidados. Levando em consideração esta especialidade o hospital desenvolve atividades que enfocam o Aleitamento Materno exclusivo repassando à mãe toda a importância deste ato.

Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.

Amamentar faz bem para a saúde da mãe e do bebê e alguns estudos afirmam que as mulheres que amamentam têm somente 50% de chances de desenvolver câncer de mama na pré-menopausa e menor risco de câncer de ovário e osteoporose.

O Hospital dos Trabalhadores conta com uma equipe de Obstetras, Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem os quais trabalham em conjunto para melhor orientar as gestantes e puérperas durante a permanência no ambiente hospitalar. Repassando todos os cuidados necessários inclusive a importância do Aleitamento Materno Exclusivo.

 

SAÚDE MENTAL

Na área de educação física: Passeios terapêuticos: Ginástica: Recreação: Expressão Corporal- Dança: Atividades Desportivas visando melhorar a condição cardiorrespiratória do paciente além de promover momentos de descontração e lazer. Visando minimizar o transtorno apresentado pelo paciente em regime de internação, o Hospital ATRA realiza ações multiprofissionais no cuidado do paciente: Atendimento médico especializado; Cuidados na área da enfermagem; Psicoterapia individual e grupal.

Vídeo-Terapia: Os pacientes assistem filmes com mensagens, proporcionando emoções e momentos de laser aos mesmos.

Além destes profissionais, contamos com voluntários do município que realizam atividades voluntárias no processo de internação: Grupo de Alcoólicos anônimos, Grupo de Espiritualidade e oração.

Visando ver o paciente como um todo e ajudá-lo na superação de seu sofrimento estamos constantemente buscando melhorias na qualidade de atendimento destes.

 

AAs

Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, força e esperanças a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a alcançarem a sobriedade.

O Grupo Alcoólicos Anônimos INTEGRAÇÂO de Ronda Alta deu o primeiro passo no dia 13 de novembro de 1992 com uma reunião, sendo oficializado no dia 18 de novembro de 1992, tendo como coordenador o Sr. Loris Perego, acompanhado pela Psicóloga do Município Ieda.

Por um determinado período foram realizadas inúmeras reuniões com um pequeno número de pessoas, as quais até hoje mantém-se em recuperação, outros desistiram por não estarem conscientes de suas doenças.

Houve um tempo em que o grupo esteve quase adormecido, mas felizmente no dia 07 de dezembro de 2007 uma nova mesa coordenadora formada por dependentes que queriam se recuperar, coordenados pelo Sr. Álvaro Boni e o Dr. Jacó, coordenador da regional de Carazinho/RS deram continuidade ao programa que permanece até os dias de hoje.

Lembramos que as portas do Grupo Integração estarão sempre abertas para àqueles que desejam ser ajudados, todas as sextas-feiras das 20h às 22h na casa paroquial. Desde já desejamos a todos mais 24 horas.

 

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

A Secretária da Saúde é composta por um Pronto Atendimento (PA) e quatro Estratégias de Saúde da Família (ESF). O Município possui uma cobertura de 100% de ESF, também conhecidos pela população como Postos de Saúde. As equipes de cada ESF são compostas por um Médico (a), um Enfermeiro (a), um Técnico (a) de Enfermagem, um Odontólogo (a), um Auxiliar de Saúde Bucal além das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Atualmente junto às equipes de Saúde da Família temos o Núcleo de Apoio a Atenção Básica (NAAB), que é formado por uma Assistente Social e três Psicólogas.

As estratégias têm suas áreas adscritas, que são divididas em micro áreas, por isso sempre que necessário a população deve procurar a ESF de sua área para todo atendimento primário à saúde. As ESFs estão localizadas junto ao Pronto Atendimento, junto ao CESAF e no Bairro Boa Esperança. No Alto Recreio localiza-se a Estratégia da Saúde da Família Indígena.

As Estratégias desenvolvem trabalhos de orientações com Promoção, Prevenção e Recuperação da Saúde como, por exemplo: Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Saúde do Homem, Saúde Mental e Saúde do Idoso.

Na sede do Pronto Atendimento também está localizada a Farmácia Básica do Município, o Laboratório, a sala de Imunizações, o Setor Administrativo, a Vigilância em Saúde, os Transportes da Saúde, o programa Primeira Infância Melhor (PIM) e a Coordenação das Ações de Saúde.

SAMU 192

O Serviço de Atendimentos Móvel de Urgência (SAMU 192) é um programa do Governo Federal, Estadual e Municipal. É um serviço gratuito que atende a população 24 horas por dia. Tem como finalidade prestar socorro a população em casos de urgência e emergência, através disso visa à redução do número de óbitos, do tempo de internação hospitalar e a redução das sequelas causadas por falta de atendimento precoce. O SAMU de Ronda Alta teve início em 24 de agosto de 2010, possui uma Ambulância de suporte Básico e conta com uma equipe qualificada composta por Enfermeira, Técnicos de Enfermagem e Motoristas.

 

A MULHER E A CONSTRUÇÃO DE SEU ESPAÇO

1– Escola Gavioli

Ao longo dos anos a mulher veio conquistando cada vez mais seu espaço na sociedade.

Em nosso município podemos perceber a participação ativa da mulher no meio social, mesmo há 40/ 50 anos atrás, pois a busca pela história através das mulheres mais idosas nos faz perceber quesempre ajudaram seus maridos de alguma forma no sustento da casa, trabalhando na roça- agricultura, ou nos afazeres domésticos.

Com o passar dos anos, em nosso município mesmo, é nítida a transformação da mulher no meio social.Algumas iniciam esse processo de independência com aquela máquina de costura que ganhavam ao se casar. Começam a fazer costuras para outras pessoas e assim passam a contribuir financeiramente no sustento da família.

Outras mulheres vão além e lutam por seus direitos nos vários setores sociais: na agricultura, lutando por um pedaço de terra, na educação, quando as mulheres decidem sair de casa para estudar em busca de um futuro melhor para si e para os outros, começam a lecionar, ajudando, assim a mudar a condição da mulher na sociedade.

E a história de lutas das mulheres rondaltenses não para por ai.  Elas foram assumindo setores importantes na sociedade, antes somente ocupados por homens. No comércio com seu próprio negócio, na indústria, no campo quando muitas assumem a frente do cultivo de suas lavouras e sítios. Na política, houve a participação contínua e ativa de várias mulheres ao longo do tempo. Em nosso município a mulher contribuiu e contribui na política como vereadora e secretarias de governos. No comércio, na indústria e na prestação de serviços como: gerentes de bancos, empregadas domésticas , artesãs, benzedeiras, comerciantes, operárias, pintoras, promotoras de justiça e de vendas, cabeleireiras, manicures, pedicures, visitadoras sanitárias, vendedoras ambulantes, fotógrafas, secretárias, vendedoras de cosméticos, radialistas, massagistas, médicas, enfermeiras, juízas, professoras, dentistas, frentistas, cozinheiras, babás, farmacêuticas, bioquímicas, fisioterapeutas, conselheiras tutelares, sindicalistas, ministras da eucaristias, cantoras, catequistas, pastoras, missionárias, entre outras. Mulher criança, menina, jovem, adulta, avó, sempre mulher. Nós mulheres fizemos parte da história na luta pela terra, por saúde pública e gratuita, na luta sindical no campo e na cidade, pelo direito a aposentadoria, licença maternidade remunerada, pela aquisição de documentos oficiais de identidade ...

As mulheres conquistaram tamanho espaço na sociedade que levaram a ascender politicamente chegando a ser deputadas, senadoras, ministras de Estado, governadoras e presidenta do País.

As mulheres têm o dom de serem várias em uma só, são: donas de casa, mães, profissionais competentes em suas funções e ainda são mulheres.

A cada dia estamos conquistando parceria com nossos companheiros nas tarefas que antes era atribuída somente a nós. Em nossos lares especialmente o direito a democracia de ideias na família e educação dos filhos. Na sociedade com participação na construção de políticas públicas que garantem o direito a todos os cidadãos independente de gênero, de raça e religião e estamos fazendo ecoar nossas vozes por este Brasil a fora.  

Que Deus abençoe a todas as mulheres construtoras de nossos lares e de nosso município, sejam elas Anas, Joanas, Paulas, Veronicas, Martas, Roselis, Rosas, Teresas, Lourdes, Catarinas, Marias e Marias...

 

 


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